O líder digital

Estamos atravessando um choque digital que tem redesenhado radicalmente o mercado e imposto novos desafios técnicos, intelectuais e comportamentais. Saber desenvolver uma estratégia digital capaz de otimizar o negócio para o futuro, reestruturando os processos possibilitados por novas tecnologias, será fundamental para as lideranças de agora por diante.

Primeiramente, precisamos definir o que é estratégia digital. No seu mais recente livro, O que é estratégia?, Silvio Meira, cientista-chefe da TDS e professor do MiST, a define como o processo de transformação de aspirações em capacidades

Frequentemente, alerta Silvio, faz-se confusão entre estratégia e listas de aspirações. Aspiração é alguma coisa que deveria existir ou acontecer, como aumentar em 50% a qualidade do serviço em três meses ou multiplicar as vendas do semestre. Por suas vezes, capacidades são competências, habilidades e recursos disponíveis para a realização desses objetivos.

O líder digital precisa saber se as aspirações são coerentes e se terá habilidade de gestão para fazer a execução engajada e de longo prazo. Também deve partir do princípio de que as organizações e mercados são redes e que a competitividade se dá em ecossistemas habilitados por plataformas digitais… também em redes!

As lideranças têm um papel fundamental nas organizações e devem ser capazes de mobilizar representantes dos mais variados setores, inclusive o operacional, para garantir que a estratégia seja desenhada colaborativamente. O líder, por mais visionário que seja, não pode atuar como um ditador. “O líder digital não manda. Ele articula uma rede de pessoas na construção da estratégia”, diz Silvio.

O mundo está cada vez mais fluido, programado, e em rede, de forma que todos influenciam com seu trabalho nos desafios enfrentados pela organização em tempo real. Estudos apontam ainda que as pessoas responsáveis pelas atividades operacionais do planejamento, irão executar a estratégia conforme a interpretação delas. 

Ou seja, se não houver uma excelente comunicação, capaz de transmitir a visão da organização para todos – ou se a estratégia for mal desenhada, sem a participação de todos os setores – as pessoas que foram excluídas da construção do planejamento tendem a criar estratégias próprias – menos ou mais alinhadas com a visão da liderança – que se adaptem melhor à execução de suas atividades. Hoje, mais do que nunca, é necessário criar estratégias de e para pessoas. Elas esperam participar da tomada de decisão e saber exatamente o que devem fazer em suas rotinas do trabalho. 

Atualmente, um dos grandes problemas das organizações é que as estratégias são feitas em salas fechadas por um número restrito de chefes que tomam decisões sem o conhecimento total de informação a respeito dos desafios, oportunidades, cenários e personas. Outro erro recorrente é a construção de planejamentos estratégicos anuais onde se decide o que será feito no seguinte. Estratégia deve ser executada de maneira contínua e experimental. Através de tentativas e erros. Acumulando aprendizado. Sempre.

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